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Notificação

Após pedido de Flávio Bolsonaro, procuradoria investigará "supernotificação" de mortes por Covid-19 em SP

De acordo com o último boletim oficial divulgado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (18), São Paulo registra 4.823 óbitos e 63.066 casos confirmados

Foto: AP Photo/Eraldo Peres
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senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)

19 maio, 2020

Brasília (DF) - O conflito entre Jair Bolsonaro (sem partido) e governadores estaduais é uma novela sem fim durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Um novo capítulo dessa trama é protagonizado pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, que pediu ao MPF (Ministério Público Federal) uma investigação para apurar as mortes por Covid-19 em São Paulo. As informações são do UOL. Segundo a representação feita pelo senador e entregue à Procuradoria, há uma “supernotificação” de mortes por coronavírus no Estado. De acordo com o último boletim oficial divulgado pelo Ministério da Saúde de  segunda-feira (18/5), São Paulo registra 4.823 óbitos e 63.066 casos confirmados. Caso fosse um país, São Paulo já seria o décimo no ranking de mortes por Covid-19, superando inclusive a China, primeiro epicentro da pandemia no mundo. Ainda conforme o UOL, em seu pedido, Flavio Bolsonaro alega que médicos que atuam nas ambulâncias paulistas estão registrando a Covid-19 como causa de morte, ainda que sem a realização do teste. Segundo o parlamentar, a recomendação seria das gestões do governador João Doria e do prefeito Bruno Covas, ambos do PSDB. O objetivo, argumenta a petição, é "manipular os dados para desgastar politicamente o presidente e as suas orientações frente ao combate ao coronavírus". Jair Bolsonaro tem constantemente minimizado a gravidade da pandemia que, ainda segundo o Ministério da Saúde, já matou mais de 16,8 mil pessoas no Brasil, que já é o terceiro país com mais casos em todo o planeta, atrás apenas dos EUA e do Reino Unido. O presidente também tem se mostrado contra o isolamento social, uma das únicas medidas defendidas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para minimizar a rápida propagação do novo coronavírus. A condução da crise do governo Bolsonaro tem sido alvo de críticas até de veículos da imprensa internacional. Dois ministros da saúde (Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich) deixaram o cargo em dois meses após conflitos com o presidente.

O que dizem os envolvidos

De acordo com o UOL, a subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, afirma que "os fatos narrados são extremamente graves e devem ser apurados em razão da possível repercussão constitucional e criminal que envolvem". A subprocuradora cobrou explicações do governador João Doria (PSDB) e do prefeito Bruno Covas (PSDB). O secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, nega a acusação. Ele diz que todos os registros são feitos apenas depois de exames laboratoriais, com oito equipes realizando a verificação dos casos suspeitos de mortes pelo novo coronavírus. A secretaria estadual da Saúde afirma, em nota oficial publicada pelo UOL, "que a investigação do Ministério Público Federal surge um dia depois da revelação de que o senador Flávio Bolsonaro soube com antecedência de operação da Polícia Federal que mirou seu assessor, Fabricio Queiroz". Ainda conforme a nota divulgada, a secretaria diz que prestará todos os esclarecimentos ao MPF por ter segurança de que segue diretrizes da Organização Mundial da Saúde e de portaria do próprio Ministério da Saúde.

Fontes: UOL / www.poptvnews.com.br