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Brasil

Opinião

1968 se repete no Brasil e no resto do mundo

Nos Estados Unidos, depois que Trump disse no Twitter que iria classificar o movimento popular como terrorista, os Jardins da Casa Branca foram invadidos

Foto: divulgação
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As polícias em todo o mundo, mantém as mesmas práticas

03 junho, 2020

p/ Silvana Marta

Já se foi o tempo que as pessoas diziam que o Brasil levaria 600 anos para alcançar os Estados Unidos. A internet deixa os países ‘on line’ em milésimo de segundos. Vivemos um momento de protestos que se espalham por todo o mundo e que já chegaram ao Brasil. Domingo (31/5) foi o dia dos paulistanos refutarem o fascismo e o racismo que mostra cada vez mais a sua cara em terras tupiniquins.  Nos Estados Unidos, depois que Trump disse no Twitter que iria classificar o movimento popular como terrorista, os Jardins da Casa Branca foram invadidos e suas luzes foram apagadas pela primeira vez na história. A publicação de Trump foi compartilhada por Bolsonaro. As torcidas do Santos, Corinthians, Palmeiras e São Paulo, se uniram em ato contra o fascismo na Paulista (31/05), mas foram violentamente reprimidas pela Polícia Militar, que tomou um leve revide. Ontem (01/6) foi a vez de Curitiba (PR). Manifestantes atacaram o prédio do Fórum Cível. A tensão aumenta e a guerra popular pode tomar, no Brasil, um viés não só ideológico, mas contra as polícias constituídas. Para se ter uma noção, em Dallas, Texas, a polícia criou um aplicativo para denúncias de movimentos de vandalismo na cidade. O programa foi floodado pelas ‘kpoppers’, de tal modo que a polícia teve que suspender o aplicativo. O momento é anárquico e os governos que a muito se esqueceram da população têm de lidar com ela enfurecida em tempos de pandemia. Apesar dos policiais americanos terem se ajoelhado ante os manifestantes, os protestos estão mantidos: “Primeiro eles matam com os joelhos, depois se ajoelham. Quando você se sente acuado tem que recuar mesmo. A ‘carne negra’ não tem valor lá e muito menos aqui. Chega de passarmos pano para esses genocidas (EM)”. As polícias de todo o lugar mantém as mesmas práticas. Sabe aquele policial branco que matou o homem com os joelhos nos Estados Unidos? Pois é. No Brasil acontece a mesma coisa todos os dias, com os pobres, com os negros, com as cafetinas e com os homossexuais. E a ordem vem dos comandos, embora nem todos os policiais a cumpram. Ela é ilegal. Muitos comandantes pensam como Bolsonaro - querem bater no cacete, jogar gás, bater na cara das pessoas, sem nenhum respeito.  No Brasil acontece todos os dias o que aconteceu com George Floyd. O povo brasileiro é coagido, espancado, torturado, lesado, e queda-se inerte. Mães veem filhos desaparecerem após a abordagem e ninguém faz nada. O Brasil também deveria se revoltar contra as forças policiais para fazer um limpa nos maus profissionais, tirando os ditadores, os arrogantes, que mantém essa prática contra os menos favorecido. Falta ao povo brasileiro coragem para ir pra cima para mostrar às forças policiais que elas têm que respeitar a cor, as diferenças, os direitos, a vontade das pessoas. O povo brasileiro deveria acordar para limpar os maus policiais das corporações. Entretanto, eles permanecem dando uma de limpinhos, anjinhos, de algodão branco, quando na verdade são víboras inseridas na sociedade. E só a sociedade tem o poder de tirar essa gente. O momento da abordagem é muito perigoso, mas os policiais em geral não o temem. De um modo geral eles pensam que o povo é rebanho de gado e que nada irá lhes acontecer, ou que vão cometer um erro apenas, como um caso isolado. O problema é que o ‘fato isolado’ , o ‘erro’ pode ser você, ou, cada um de nós. Nos Estados Unidos há indícios de uma guerra civil. Não são protestos apenas. A população se rebelou e partiu para quebradeira geral, com atitudes incendiárias. No o próximo domingo, já estão sendo convocados atos por todo o Brasil e prometem ser violentos. No Rio de Janeiro movimentos pró-Bolsonaro conclamam através do whatsapp os graduados, quais sejam ‘faixa-pretas’ de todas as modalidades de artes marciais a protestar em favor do presidente Jair Bolsonaro com a promessa de ‘revide’. Muitos dos que participarão dos movimentos de domingo são infiltrados, a favor ou contra o governo. Há os vândalos - e não pensem, senhores manifestantes, que a polícia não está atenta a todos esses movimentos. Ela espera as manifestações absolutamente preparada. E não se enganem: embora as torcidas tenham soltado nota oficial de que não irão participar dos protestos do próximos domingo, estarão à postos!  Parece que a violência interessa à Presidência da República Federativa do Brasil, que, em nome da ordem social, poderá revidar. Todos sabemos como começou  mas não saberemos como terminará. Parece que as autoridades mundiais estão perdendo o controle ou  nunca tiveram  sobre a população. 

* Silvana Marta  de Paula Silva, advogada, jornalista e escritora

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