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Política

Negligência

Idoso que aguardava exame de cateterismo morre após sofrer infarto em Bauru

Homem de 79 anos não conseguiu fazer o procedimento porque equipamentos dos dois hospitais públicos da cidade estavam quebrados

Foto: TV TEM/Reprodução/Arquivo
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O idoso Francisco Norberto de Noronha que aguardava exame de cateterismo em Bauru morre após sofrer infarto

09 agosto, 2019


Por G1 Bauru e Marília - (SP)

BAURU (SP) -  Um idoso de 79 anos que aguardava uma vaga para fazer exame de cateterismo em Bauru (SP) desde a semana passada morreu nesta quinta-feira (8) à tarde por complicações de um infarto. O aposentado Francisco Norberto de Noronha foi enterrado na tarde  do dia 9 em Lins, cidade onde morava. Segundo a família, Noronha aguardava a vaga na casa da filha, que mora em Bauru. Na última segunda-feira (5), o aposentando teve complicações e foi levado para uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e depois transferido para o Hospital Estadual, onde morreu. A reportagem da TV TEM mostrou o caso na última sexta-feira (2), quando a família começou a buscar o agendamento de um exame de cateterismo. O aposentado teve um infarto e foi internado no Hospital Geral de Promissão, cidade vizinha a Lins. O médico que o atendeu pediu que ele fizesse o exame de cateterismo no Hospital de Base (HB), de Bauru. Ao chegar à cidade, a família foi informada que os aparelhos que fazem o cateterismo, tanto no HB como no Hospital Estadual, estavam quebrados. Na ocasião, a Diretoria Regional de Saúde (DRS-6) informou, em nota, que o caso do aposentado não apresentava risco iminente e, por não ser prioritário, o SUS não teria como leva-lo a Botucatu, onde há o equipamento para o cateterismo. A nota também informava que um aparelho de cateterismo orçado de R$ 2,1 milhões está sendo comprado para o HB e deve entrar em funcionamento neste semestre, sem data definida. Sem conseguir o agendamento, Juliana Noronha, filha do aposentado, entrou com pedido de internação na Defensoria Pública e a Justiça deu prazo para o estado resolver a situação até  dia 6. O prazo não foi cumprido e o aposentado morreu dois dias depois.