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Tragédia

Bombeiro que foi baleado por amigo segue em UTI e com bala alojada na cabeça, diz família

Irmã do paciente disse que ele e autor do disparo são amigos há 30 anos: 'Júnior daria a vida por ele'. Atirador contou a policiais que disparo foi acidental e pediu socorro assim que houve o tiro

Foto: Jordana Fernandes/Arquivo pessoal
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Francisco Júnior, bombeiro que foi baleado na cabeça pelo amigo

13 setembro, 2020

Goiânia (GO) - O bombeiro Francisco Nonato Júnior, de 38 anos, foi baleado na cabeça há quatro dias e, desde então, está internado em estado grave em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo a família, a bala que o atingiu continua alojada e ele deve passar por avaliação médica que deve avaliar a possibilidade de cirurgia. “Está respirando com ajuda de aparelhos e com pressão alta. O pessoal vai avaliar se ele pode passar por cirurgia para tirar a bala. [...] Meu desejo agora é ver meu irmão bem”, disse a irmã de Francisco, a cuidadora Jordana Fernandes. O paciente está internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Segundo a unidade de saúde, essa avaliação que poderá dizer se Fernando pode ou não passar pela cirurgia de remoção da bala deve ser feita na segunda-feira (14/9). Também segundo o Hospital, o quadro dele é grave e estável. Fernando “está sedado e em respiração mecânica”, completa a nota. Segundo registros policiais, Francisco foi baleado na cabeça na quarta-feira (9/9) enquanto bebia na casa de um amigo, que é guarda civil em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Nos relatos, consta que o disparo aconteceu acidentalmente, enquanto o autor mostrava a arma para o bombeiro. Por meio de nota, a Guarda Civil Municipal de Aparecida de Goiânia informou que o servidor foi preso, mas liberado pela Justiça para responder ao processo em liberdade. O comunicado também esclarece que a arma disparada é de propriedade do próprio servidor, que a tem de forma legal, e que "por ele estar afastado há dois anos por cumprir mandato classista não será aberto processo administrativo". A corporação também disse que está prestando toda a assistência à família do bombeiro baleado. Jordana disse que o irmão e o guarda cresceram juntos e são amigos há 30 anos, muito próximos, e que tem vontade de entender direito o que aconteceu, conversar com o guarda, que ela também conhece há anos. “Quero perguntar, olhando no olho dele, o que aconteceu. O Júnior amava ele. Daria a vida por ele”, comentou. Devido à situação delicada do irmão, a mãe deles, que mora em Ipiranga, no norte goiano, pediu ajuda e conseguiu dinheiro suficiente para fazer a viagem até a capital - já que a família não tinha condições financeiras de arcar com os custos. Após pedidos de auxílio feitos por um emissora de televisão da Capital, Jordana disse que conseguiram trazer a mãe para perto no domingo (13/9). Agora, ela disse que tentam viabilizar a viagem para o irmão, que mora em Belo Horizonte. “Estamos ainda recebendo ajuda que está sendo de muita serventia, porque não temos boas condições e está ajudando muito”, agradeceu. A família também chegou a reclamar que não estava recebendo muito apoio da Guarda Civil Municipal de Aparecida de Goiânia. A corporação, no entanto, afirma que tem ajudado sim os parentes.

Disparo

De acordo com o registro da Polícia Civil, a PM foi acionada para atender a ocorrência de disparo de arma de fogo e, ao chegar na rua onde o fato ocorreu, encontrou um carro e bloqueou a passagem. Conforme os policiais, o guarda desceu do veículo desesperado, com as mãos para o alto, dizendo:

"Salva meu amigo. Matei meu amigo. Matei quem não devia".

Dentro do carro, uma pistola calibre 380 foi localizada. Eles foram até a residência do guarda, a poucos metros dali e encontraram a vítima deitada no chão, imóvel, ao lado de uma lata de energético, várias garrafas de cerveja e do estojo deflagrado.

Nota da GCM de Aparecida de Goiânia

A Guarda Civil Municipal de Aparecida de Goiânia (GO) informa que tem prestado toda a assistência e dado o apoio necessário a esposa do bombeiro atingido acidentalmente por um Guarda da Corporação. Informa ainda que a arma disparada era de propriedade do GCM, que possui por Lei, direito a porte de arma. Explica também que por ele estar afastado há dois anos por cumprir mandato classista não será aberto processo administrativo e que ele responderá civelmente pelo ato cometido. Ele permanece afastado das funções por tempo indeterminado Sobre a ajuda para trazer a mãe do bombeiro para Goiânia, a Secretaria de Defesa Social informa que está fazendo contato com os familiares para viabilizar o transporte dela para perto do filho. A GCM informa ainda que o guarda civil foi liberado pela Justiça e responderá o processo em liberdade.

Fontes: www.poptvnews.com.br / Colaboradores