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Arara é símbolo natural do Tocantins e encanta moradores da Capital

No Dia Nacional do Cerrado, o Naturatins publica a segunda matéria especial sobre esta ave fundamental à biodiversidade do bioma

Fotos – Arquivo Pessoal
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Casais podem viver juntos por uma vida inteira

11 setembro, 2020

Por Lidiane Moreira

Palmas (TO) -  Em meio às altas temperaturas típicas de Palmas neste período do ano, a beleza e o canto das araras chamam a atenção. Em diferentes pontos da cidade é possível observar esta ave tradicional do Cerrado tocantinense dando o ar da graça, o que proporciona momentos de apreciação que trazem mais leveza ao conturbado período de crise sanitária vivenciada em todo o mundo. No Dia Nacional do Cerrado, lembrado nesta sexta-feira, 11, o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) publica a segunda matéria especial sobre este bioma fundamental à biodiversidade, localizado no coração no Brasil. A arara-azul, arara-canindé ou arara-de-barriga amarela é considerada pássaro símbolo do Estado. Os símbolos naturais do Tocantins foram instituídos por lei nos anos de 1990. Atualmente, esta ave símbolo tocantinense tem corrido o mundo através de registros em fotos e vídeos publicadas por anônimos e famosos nas redes sociais da internet. O conhecido jornalista brasileiro André Trigueiro, por exemplo, compartilhou, em sua página do Twitter, o momento em que uma arara se delicia com água de coco fresquinha na copa de um coqueiro na Capital. O vídeo publicado em agosto passado possui mais de 750 mil visualizações. Na publicação, o jornalista escreveu: “nunca vi uma água de coco ser degustada com tanta classe”. Na região Sul da Capital, o servidor público Giomari Júnior, notou uma maior quantidade de araras neste ano. “Tenho percebido uma quantidade muito grande de araras pela cidade, aqui em casa, nos coqueiros que têm aqui próximo, vi uns quatro casais, nunca tinha visto, principalmente da arara-azul. Geralmente via um casal, no máximo dois. E o interessante é que, tanto vi aqui em casa, quanto próximo à casa da minha sogra”, relatou. As araras também atraem a curiosidade dos pequenos, como é o caso do seu filho João de um ano de idade: “quando passam voando ele corre para observar”, recordou Giomari. De voo ágil, vivem em bandos e são consideradas aves muito inteligentes. Com sua plumagem colorida, são dóceis, apesar de que o bico grande e curvado possa até assustar inicialmente. Seus pés têm dois dedos voltados para frente e dois, para trás. Para escalada em árvores, contam com ajuda do bico. A dieta alimentar é baseada em sementes, nozes, frutas e flores. “As araras combatem o efeito venenoso de algumas sementes que ingerem comendo caolim, uma argila fina, o ingrediente básico do leite de magnésia. O caolim liga as toxinas e torna-as relativamente inócuas. Além disso, o caolim serve como um complemento mineral, pois contém cálcio e sódio, inexistente na dieta de frutas e sementes”, analisou o biólogo do Naturatins, Tiago Scapini. No Tocantins há a ocorrência de diversas espécies de araras, entretanto, a mais comum é a arara-canindé. Ocorre também a arara-azul-grande, arara-vermelha e a arara-macau, além de várias espécies de ararinhas, papagaios, maitacas e periquitos. O biólogo explica que as araras têm papel fundamental para a preservação do Cerrado, porque são dispersoras de sementes. “A fauna silvestre como um todo presta um enorme serviço ambiental, as araras são responsáveis pela dispersão de sementes e consequentemente pelo reflorestamento natural das áreas naturais. Além disso, participam de toda a teia alimentar onde vivem”, destacou. O alerta importante é que algumas espécies da ordem psitaciformes estão entre as mais ameaçadas de extinção. A caça ilegal e destruição do hábitat natural, que ocorre por meio do desmatamento e das queimadas, estão entre as principais ameaças. “Os psitacídeos (araras, papagaios e periquitos) são animais muito visados pelo tráfico de animais silvestres, tanto pela sua beleza e exuberância, quanto pela sua capacidade de reproduzir palavras. O Tocantins, além de estar na rota do tráfico de animais silvestres também é muito visado pelos criminosos para a retirada destes animais durante o período reprodutivo”, finalizou Tiago Scapini. A captura de aves sem licença ou autorização do órgão ambiental configura crime ambiental. No entanto, se a ave for adquirida de um criador comercial licenciado, é possível criá-la como animal de estimação, sendo obrigatória a nota fiscal de compra, documento de origem e a ave deve ser anilhada.

Fontes:  Assessoria de Comunicação Social do Naturatins / www.poptvnews.com.br