O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou, em tom de brincadeira, na noite de quinta-feira (14/12) a aprovação do ministro Flávio Dino (Justiça) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, agora a Corte possui um ministro "comunista". "Vocês não sabem como estou feliz hoje. Pela primeira vez na história deste país conseguimos colocar na Suprema Corte um ministro comunista, um companheiro da qualidade do Flávio Dino", disse Lula. As declarações foram dadas na Conferência Nacional da Juventude, evento ligado ao movimento estudantil. Dino, hoje filiado do PSB, foi por muitos anos integrante do PCdoB, partido pelo qual foi deputado federal e governador. Lula também rebateu críticas sobre o alto número de ministérios. Ele citou que os atuais 38 ministérios não são um número excessivo, afirmando que essa quantidade é insuficiente e sugerindo a possibilidade de um aumento no futuro. "Quando a imprensa fala: “Tem muito ministro, tem muito ministro, tem muito ministro”. Tem pouco ministro porque é preciso mais ministro para cuidar de mais assuntos nesse país". Durante o evento, o presidente fez a promessa de estabelecer cem institutos federais ao longo de seu mandato. Além disso, expressou sua indignação em relação ao ataque hacker perpetrado no perfil da primeira-dama Janja da Silva. Ele referiu-se a um dos responsáveis, um jovem de 17 anos, como "moleque", e mencionou que indivíduos com perfis semelhantes ao dele frequentemente usam a internet para "promover violência" e "abusar de meninas". "Um dos moleques, o cara que hackeou a Janja, sabe quem passou a noite passando informação? Era um moleque de 17 anos. Quando a gente vai preparar essa meninada que muitas vezes está na internet pregando violência, abusando de meninas, tentando colocar fotos delas em situações não apropriadas para poder coagi-las? Quando que a gente vai reagir e vai formar essa gente? Quando a gente vai deixar de ter algoritmo e voltar a ser humanista?". O petista também defendeu sua relação com o Congresso. Ele afirmou que têm um discurso contrário a políticos como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que a esquerda não tem maioria no Congresso e que é preciso dialogar com “quem foi eleito”. "Nós temos que conversar com pessoas que vocês não gostam, com pessoas que vocês ficam até com ojeriza quando veem o Lula na televisão conversando com essas pessoas. Na política a gente tem que compreender que a gente conversa com quem é eleito."