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Março de 2024
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Execução

Mulher diz que marido foi executado a facadas no Jacarezinho mesmo após se entregar

Segundo ela, a ação policial ficou mais violenta após a morte de um agente

Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo
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Mulher acusa a polícia de violência excessiva

07 maio, 2021

Rio de Janeiro (RJ) - Rômulo Oliveira Lúcio foi um dos 25 mortos na operação da Polícia Civil na comunidade do Jacarezinho, na última quinta-feira. Sua esposa afirmou nesta sexta que o rapaz foi executado por um agente mesmo após ter se entregado."Os policiais entraram dentro da casa e ele se rendeu. Ele (o policial) falou 'perdeu'. Ele (Rômulo) já tinha se perdido. Só se rendeu. (...) Pegaram ele vivo, e ele foi executado a facadas", declarou em entrevista ao G1. Thaynara Paes tem 22 anos e esteve no Instituto Médico Legal (IML) para fazer o reconhecimento do corpo do marido, assim como parentes das outras vítimas. Segundo ela, Rômulo tinha 29 anos e estava em liberdade condicional. A polícia, porém, alegou que o rapaz e outros dois mortos na operação foram denunciados pelo Ministério Público e eram procurados por tráfico de drogas.

Operação ficou violenta após morte de policial
Ao portal Terra, Thaynara relatou que a operação ficou especialmente violenta após a morte do agente André Leonardo de Mello Frias, ainda nas primeiras horas da manhã. Ele foi o único policial entre os 25 óbitos. "Eu sei que é duro a perda de um amigo deles. Mas isso não significava chegar... Depois que o policial morreu, eles chegaram com mais sangue nos olhos. Por isso que executaram todo mundo. Levaram um ou dois presos, por que executaram os demais? Ninguém estava armado mais, sem nada nas mãos. Meu marido estava sem nada, levantou as mãos para o alto e falou 'perdi', e os policiais mataram ele", afirmou.