Quinta-feira, 25 de
Abril de 2024
Geral

Opinião

Baldy é preso suspeito de corrupção no governo Perillo

A cada dia fica mais evidente possíveis atos de corrupção no governo de Marconi Perillo

Foto: Rafael Luz/Ministério das Cidades
post
Baldy é investigado por ato de corrupção enquanto esteve no governo de Perillo (direita)

06 agosto, 2020

Por Silvana Marta

Por 20 anos, há suspeitas de que o Estado de Goiás foi roubado e teve seu patrimônio dilapidado por um grupo de ex-gestores que usaram do poder público para se enriquecerem ilicitamente. A cada dia surgem novas operações da Polícia Federal, que efetua prisões de ex-gestores do ex-governador Marconi Perillo. A força-tarefa da Lava Jato cumpriu mandados em Goiânia (GO), nesta quinta-feira (6/8), referentes à Operação Dardanários, da Polícia Federal, que apura desvios na Saúde do Rio de Janeiro. Segundo a corporação, na capital goiana, os policiais prenderam o ex-presidente da Junta Comercial de Goiás (Juceg) Rafael Lousa e apreenderam um cofre com R$ 110 mil em espécie e um tablet em um apartamento de Alexandre Baldy, atual secretário dos transportes de São Paulo.(G1). Baldy (Progressistas) está sendo investigado por receber ao menos R$ 1,4 milhão em "vantagens indevidas" por meio de caixa dois, em 2014, e envolvimento em fraude em licitação na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em 2017, segundo o Ministério Público Federal (MPF). As informações constam na decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, que autorizou a sua prisão temporária. O magistrado disse ver "fortes indícios" da prática dos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. (G1). O ex-presidente da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), Rafael Lousa, foi preso, segundo o MPF, por contratos firmados, na gestão do ex-governador Marconi Perillo, datados do ano de 2013.  A assessoria de Baldy informou, por meio de nota, que a prisão dele está relacionada a irregularidades investigadas à época que o político era secretário de Indústria e Comércio de Goiás do governo Marconi Perillo, mas que considera "desnecessário e exagerado determinar uma prisão por supostos fatos de 2013 ocorridos em Goiás, dos quais Alexandre sequer participou". (G1) Advogado de Rafael Lousa, Tadeu Batos informou que o cliente "não tem nenhum envolvimento com qualquer irregularidade em relação à contratação". "Ele fez todos os esclarecimentos e respondeu a todas as perguntas, apresentou as senhas dos celulares, não deixou nada em dúvida em relação à sua atuação como presidente da Junta Comercial, esclarecendo todos os pontos apresentados pelo delegado", complementou. (G1).

Baldy foi deputado federal por Goiás e ministro das Cidades do governo Michel Temer (MDB). Entre 2011 e 2013, foi secretário da Indústria e Comércio de Goiás, no governo de Marconi Perillo. "Os elementos acostados pelo MPF indicam que, possivelmente, Alexandre Baldy utilizou de seus cargos no governo de Goiás e no governo federal, para solicitar vantagens", escreveu Bretas. O secretário de Doria nega.(UOL). Ao determinar a prisão temporária do atual secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, apontou que Alexandre Baldy 'adotou a prática habitual de cometimento de vários ilícitos penais ao longo dos seguidos cargos públicos que ocupou. "O Ministério Público Federal relata a ocorrência das condutas delituosas de 2014 a 2018, sendo que nesse mesmo período, Baldy foi Secretário do Governo de Goiás, Deputado Federal e Ministro das Cidades", afirmou o juiz na decisão que desencadeou a Operação Dardanários na manhã desta quinta (6/8). (Estadão). De acordo com a decisão de Bretas, Baldy atuou em ao menos três situações irregulares:

-  Facilitação para pagamento pelo Hurso (Hospital de Urgência da Região Sudoeste), em Goiânia, à OS Pró-Saúde com recebimento de vantagem indevida; 

-  Repasse de verbas pela empresa Vertude em razão de contratos com a Juceg (Junta Comercial do Estado de Goiás); 

- "Desvio de verba pública com o auxílio da Vertude em contrato firmado com a Fiocruz". (UOL).

Esquema em Goiás 

De acordo com a Procuradoria, Baldy atuou no interesse da OS (organização social) Pró-Saúde, "recebendo, em contrapartida, valores indevidos" em Goiás. A operação de hoje foi desencadeada a partir da delação premiada de ex-gestores e de um funcionário dessa OS. No caso do Hurso, Baldy teria oferecido ajuda para solucionar atraso de pagamento do governo goiano ao hospital administrado pela Pró-Saúde em troca de R$ 500 mil para sua campanha eleitoral em 2014, ano em que o político disputou a eleição e ganhou uma cadeira na Câmara dos Deputados, em Brasília. (UOL).  Ao todo, a justiça bloqueou R$ 12 milhões de Baldy e alvos da Operação Dardanários. (Correio Braziliense). A cada dia fica mais evidente possíveis atos de corrupção no governo de Marconi Perillo.

Os artigos de opinião e/ou matérias assinadas  não refletem necessariamente a opinião  do site, portanto  são de responsabilidade de seus autores [sem obrigatoriedade do cumprimento de  horário de trabalho e sem vínculo empregatício]. Texto intelectual protegido pela Lei dos Direitos Autorais  (9.610/98). Este conteúdo pode  ser republicado, desde que cite a fonte e autoria.